terça-feira, 20 de outubro de 2009

PAGODE DA INOCÊNCIA

ACONTECEU NO SERTÃO DO PARANAÍBA
O NAMORO DE CIRINO COM INOCÊNCIA
PORÉM SEU PAI QUERIA QUE SE NOIVASSE
COM UM SUJEITO DE PÉSSIMA APARÊNCIA
MAS INOCÊNCIA NÃO QUERIA SE CASAR
COM UM VIOLENTO, QUE PERDIA A RAZÃO.
SUA RIGIDEZ NÃO CHEGOU A LUGAR NENHUM
SÓ FEZ SOBRER UM POBRE CORAÇÃO.
PORÉM TICO, UM VERDADEIRO TRAIDOR,
QUE ERA MUDO, DEDUROU COM ESSE AMOR.
PEREIRA LOGO ENCONTROU COM O RAPAZ
QUE PERCORRIA O SERTÃO A MEDICAR
MATOU O POBRE, SEM DEIXÁ-LO SE EXPLICAR
E MESMO ASSIM NÃO FOI PARAR NUMA PRISÃO.

INOCENCIA, AGORA,
O QUE FAZ DA VIDA SEM O SEU DOUTOR.

INOCENCIA, AGORA,
O QUE FAZ DA VIDA SEM O SEU AMOR.

POR LUCAS CARRARINI

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

PARTE 2 - Luan Ribeiro

Os dias se passaram, mas ainda parece que é o mesmo. A imagem do filho morto se sobrepõe à visão da vida. As imagens do que se passou vinham à mente. Quando o marido morreu no tráfico, o filho jurou que não seguiria o exemplo, que não morreria do mesmo jeito.
Ele estava certo: Não faleceu como o pai - Tudo ocorreu de forma mais trágica.
Não deveria ter cedido e entrado para a vida do crime. Poucos conseguiam chegar ao topo do morro. Ele queria ser um dos poucos. Queria ter respeito, dinheiro... queria poder sustentar a mãe, que ganhava pouco trabalhando em casas de família.
Mas memórias são memórias. A senhora, cabisbaixa, ainda pensando no filho, estava sentada num banquinho, com vista para fora do morro. Já lhe faltavam lágrimas para chorar. Mas não são lágrimas que mostram sentimentos. E uma senhora, transeunte, percebeu isso e sentou a lado da mãe do rapaz para consolá-la. Sem paciência para mais consolos, mais sentimentos de pêsames, levantou-se e foi para casa.
Lá, remexendo os pertences do falecido filho, achou um envelope.

por LUAN RIBEIRO